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Palavras do Capelão Militar: Setembro Amarelo: “Uma guerra pela vida nas fileiras do Exército

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A Divisão Assistencial da Base Administrativa está intensificando, neste mês de setembro, uma série de ações voltadas para a conscientização acerca da valorização da vida. Em linha com o movimento nacional do Setembro Amarelo, que busca prevenir o suicídio e promover a saúde mental, estamos engajados em uma missão crucial: cuidar uns dos outros, dentro e fora das fileiras do Exército.

O suicídio é uma tragédia global que afeta milhões de pessoas anualmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano. No Brasil, o problema é igualmente alarmante, com um aumento significativo entre os jovens e também entre nossos militares, que enfrentam desafios únicos. Como afirma Zygmunt Bauman, vivemos em uma “modernidade líquida”, onde as incertezas e pressões são constantes, e a estabilidade emocional é frequentemente desafiada.

No contexto militar, esses desafios podem ser ainda mais intensos. A vida na caserna traz consigo uma série de pressões e exigências que, somadas ao afastamento da família e à constante preparação para situações de risco, podem impactar a saúde mental dos nossos soldados. Assim, devemos estar atentos e preparados para oferecer o apoio necessário, lembrando sempre que, nas palavras de Augusto Cury, “o ser humano é um ser em construção, e nunca está pronto”. Cada um de nós está em constante evolução, e nossas ações podem fazer a diferença na vida dos nossos irmãos de farda.

O entendimento do suicídio e sua aceitação variaram ao longo da história. Na Grécia Antiga, o suicídio era, em alguns casos, visto como uma escolha racional e até honrosa, especialmente entre filósofos estoicos como Sêneca. No entanto, com o advento do Cristianismo, a visão sobre o suicídio sofreu uma mudança drástica. A Igreja Cristã condenou o ato, classificando-o como pecado mortal e um desafio à soberania de Deus sobre a vida e a morte. Essa perspectiva predominou durante a Idade Média, quando o suicídio era não apenas um tabu religioso, mas também um crime social.

Com o Iluminismo, houve uma mudança no entendimento do suicídio, que começou a ser visto mais como um problema de saúde mental e menos como uma questão moral ou criminal. Na era contemporânea, especialmente com o avanço da psiquiatria e da psicologia, o suicídio passou a ser entendido principalmente como uma questão de saúde pública. Essa mudança permitiu a quebra de muitos tabus e a abertura para discussões mais amplas e compassivas sobre o tema.

Prevenir o suicídio exige uma abordagem proativa e multifacetada. A Cartilha de Valorização da Vida da Diretoria de Assistência ao Pessoal (DAP) enfatiza a importância da empatia, do acolhimento e do suporte emocional contínuo. No ambiente do quartel, é essencial que cada militar esteja atento aos sinais de alerta e pronto para agir.Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar na prevenção do suicídio dentro do quartel:

 

  1. Desenvolva uma cultura de apoio e empatia: Incentive um ambiente onde os todos se sintam seguros para expressar seus sentimentos e buscar ajuda. A escuta ativa é fundamental. Às vezes, o simples ato de ouvir pode ser a diferença entre a vida e a morte.
  2. Promova atividades de integração e suporte: Organize atividades que promovam o bem-estar e a coesão da equipe. Jogos, atividades físicas e momentos de descontração com toda a Família Militar são essenciais para aliviar o estresse e fortalecer os laços de camaradagem.
  3. Treine os subordinados para identificar sinais de risco: É crucial que todos os sejam treinados para reconhecer os sinais de alerta de um possível suicídio. Fique atento a mudanças de comportamento, isolamento social, e expressões de desesperança.
  4. Ofereça recursos de apoio: Disponibilize informações sobre como e onde buscar ajuda profissional. Todos devem ter acesso a serviços de saúde mental, para isso a Divisão Assistencial oferece todos os recursos disponíveis tanto dentro quanto fora do quartel.

 

A prevenção do suicídio é uma questão de esperança. O livro do profeta Jeremias nos diz: “Pois eu bem sei os planos que estou planejando para vocês, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jr 29.11).Gary Collins, Pastor e Psicólogo norte-americano, nos lembra que “a esperança é um componente vital para a recuperação emocional.” A missão de valorizar a vida é uma responsabilidade de todos. a Divisão Assistencial da Base Administrativa convida todos a se engajarem nesta causa. Estamos juntos nesta luta pela vida.

 

SAREX. PROMOVENDO FÉ E ESPIRITUALIDADE NA DIMENSÃO HUMANA DA FORÇA

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da MAN

Leia a notícia na fonte: Academia Militar das Agulhas Negras

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